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Já Chegou o Natal !!!

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Um mini-espetáculo muito lindo de viver e fazer: A História do Quebra-Nozes em Cordel! Nele teremos o prazer de contar com a parceria da Academia Fátima Freitas e seus bailarinos maravilhosos! Será todas as sextas, em duas sessões, às 16h e às 18h no Clubinho de Natal do Shopping Recife.

#cordelanimado

#literaturadecordel

clubinho de natal shopping recife



A História do Quebra Nozes em Cordel

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Fiz esse texto para o espetáculo criado especialmente para o Clubinho de Natal do Shopping Recife (produção Libre Promo), mas ele ganhou asas e até fizemos mais apresentações do que esperávamos com ele! Todo em Cordel, a história reconta o clássico enredo do balé de Tchaikovsky que por sua vez baseia-se na versão de Alexandre Dumas (pai) de um conto infantil de E. T. A. Hoffmann. A Intertextualidade, ou seja, rescrever histórias famosas em formato rimado e metrificado é uma característica própria da Literatura Popular Nordestina, mais especificamente do Cordel. Ao final da encenação da história, um pas de deus de Clara e o Quebra Nozes, personagens que protagonizam a História, incorporados por Balarinas da Academia Fátima Freitas, surgiam transformando o sonho em realidade. Foi muito bonito! (Fotos por Janela Fotografia)

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Numa noite estrelada

Dessas de luz muito rara

Uma menina brincava

Como nunca antes brincara

O clima era especial

Era noite de Natal

E ela se chamava Clara

*

Clara então aguardava

A chegada do padrinho

Homem muito diferente

Alto, sério e bem magrinho

Veio parecendo um Mago:

“Cheguei, nesta noite trago

Meu mui querido sobrinho”

*

“Que rapaz tão bonitinho”

Pensou Clara, só pra ela

E o sobrinho do Mago

Também achou Clara bela

“Padrinho trouxe um presente!”

Clara recebeu contente

Abriu sem fazer novela!

*

Dentro estava um Quebra-Nozes!

Um boneco tão bonito!

Parecia mais um príncipe!

“Que boneco esquisito!”

O irmão de Clara gritou

e num instante o tomou

e começou o conflito

*

O menino foi correndo

o boneco ele jogava

“Me devolva meu boneco!”

Ela pedia, implorava!

O boneco escorregou

Caiu no chão e quebrou

Clara nem acreditava!

*

“Não precisa choradeira…”

consolou-lhe o padrinho

E foi longo consertando

O pobre do bonequinho

A festa então terminou

E assim cada um tomou

Um diferente caminho

*

Como ‘ inda não tinha sono

Clara ali permaneceu

Junto da grande árvore

A menina adormeceu

E começou a magia

Enquanto a casa dormia

Ouça o que ali sucedeu…

*

Clara despertou mais tarde

quando algo acontecia…

Os brinquedos das crianças

Tudo em volta se mexia

Os carrinhos, as bonecos

Bolas, pião, cacarecos

Todos faziam folia!

*

Nesse meio lá estava

Seu Quebra-Nozes querido!

Ele veio até ela

Com semblante enternecido

Deu um beijo em sua testa

Clara com a alma em festa

Fez um gesto agradecido

*

Mas aí aconteceu

Uma coisa horrorosa!

De todo canto surgiram

Ratazanas asquerosas

E à frente o Rei dos Ratos

Bem maior que muitos gatos!

Que figura tenebrosa!

*

Aquele bicho malvado

Veio em sua direção

Quebra-Nozes defendeu

Começou a confusão

A Batalha foi terrível

No momento mais horrível

Os dois caíram no chão!

*

O Rei do Ratos foi

Pelo bando socorrido

Clara correu para ver

O seu amigo caído

E sem ter como ajudar

Ela então pôs-se a chorar

Pois ele tinha morrido!

*

O choro da menininha

Era um choro diferente

Fez o boneco viver

E se transformar em gente!

Era o rapaz mais bonito

Que a menina tinha visto

Isso é que era presente!

*

O boneco transformado

Parecia o rapazinho

Que a Clara conheceu

O sobrinho do padrinho

Começaram a dançar

E logo foram parar

Em outro mundo vizinho

*

Era um Reino Encantado!

Cheio de coisa encantada!

Lá foram bem recebidos

Pela Fada Açucarada!

e seus súditos docinhos

que dançavam bonitinhos

saudando a sua chegada!

*

Também Madame Bom-Bom

Com sua chocolatisse

“Bem-vindos, sejam bem-vindos!”

Foi bem assim que ela disse!

E foi tão grande a festança

Cheia de musica e dança

Pra que o casal aplaudisse!

*

Apesar da diversão

Era hora de partir

A menina e o príncipe

Pra poder se despedir

Recomeçaram dançar

Tudo voltou pro lugar

E a menina a dormir

*

Acordou daquele sonho

Ao boneco abraçada

Olhou com alegria

Para árvore enfeitada

Pensou que aquela magia

Para sempre ficaria

Em sua mente guardada

*

Uma noite inesquecível

Que aconteceu de verdade

Repleta de fantasia

Cheia de felicidade

Se a gente imaginar

Tudo que a gente sonhar

Se torna realidade!

*

E se a gente desejar

Já que estamos no Natal

Que a Clara e seu príncipe

Se tornem algo real?

E se eles virassem gente

E surgissem de repente

Não seria bem legal?

*

Então vamos desejar

E o coração abrir:

“Por favor Clara, apareça

nós queremos te pedir

Traga o seu Quebra-Nozes!

Ouçam juntos nossas vozes

E venham dançar aqui!”


Adeus Ano Velho!

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feliz 2015

“O ano velho acabando
O novo ano inicia
Que venha com muito amor
Com Saúde e alegria
Cada um dia que passa
Cada qual com sua graça
E repleto de magia

E o tempo se recria
Sempre a cada estação
No Brasil, o ano novo
Nasce quando é Verão
O Sol quente, que calor!
Só o Mar traz um frescor
E alivia a sensação!

E a próxima estação?
Quem que sabe me dizer?
É um pouquinho mais fria
Já começa a chover
Folhas caem pelo chão
É O Outono, a estação
Que um ventinho vem trazer

E depois quem vai saber?
Vem a estação mais fria
É o inverno, muito bem!
Que em Junho se inicia
E as férias da escola
Pra brincar e jogar bola
E fazer estripulia!

E depois que o inverno esfria
Já começa a esquentar
Qual a estação quem vem
Com flores pra encantar?
Muito bem, a primavera!
Faz tudo desabrochar

E pra gente festejar
O ano todo tem folia
Primeiro tem carnaval
Pra gente usar fantasia
Pro menino e pra menina
Tem confete e serpentina
Frevo de noite e de dia!

Logo depois tem a páscoa
Tem personagem famoso
É o querido Coelhinho
Vem saltando, bem charmoso
Tem ovo pra todo mundo!
Chocolate é tão gostoso!

Pra ninguém ficar saudoso
Logo chega o São João!
Com muita comida boa,
Bandeirinhas e balão
Fogueira pro milho assado
Muito forró e baião!

E é pura animação
Quando é dia das crianças!
Muitos doces, guloseimas,
Pra gente encher nossa pança!
Presentes para brincar
Cantigas para cantar
Como é boa essa festança!

E se festa não nos cansa
Já no fim tem o natal
Na ceia comemos tanto
Que é capaz de fazer mal!
Mas é bom olhar pro céu
E esperar papai noel
Com um presente especial!

O ano velho acabando
O novo ano inicia
Que venha com muito amor
Com Saúde e alegria
Cada um dia que passa
Cada qual com sua graça
E repleto de magia!!!”


Cordéis para os Homenageados da IX Bienal da UNE

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Cordéis para os homenageados da IX Bienal da UNE (Fevereiro2015)

2015 começou com um convite muito especial! A produção da Bienal da UNE, que aconteceu em Fevereiro, lá no Rio de Janeiro, me encomendou 8 cordéis que contassem a trajetória dos homenageados do evento. Eram eles: Abdias Nascimento (Artes Cênicas), Carlos Drummond de Andrade (Literatura), Djanira Motta (Artes Visuais), Dona Ivone Lara (Música), Eduardo Coutinho (Audiovisual), Horácio Macedo (Projetos de Extensão), Ildeu de Castro Moreira (Ciência e Tecnologia) e Oscar Niemeyer (Arquitetura) – só fera!

A responsabilidade foi dividida com minha parêa Susana Morais (que assina a autoria de 3 dos 8 folhetos) e com Emerson Pontos, que assina a Ilustração das capas de cada cordel. O resultado foi um sucesso! Os convidados do evento foram presenteados com um kit que continha, entre outros itens, os 8 exemplares… não deu pra quem quis!

Deixo vocês com um dos textos que escrevi para um dos mais célebres homenageados: Carlos Drummond de Andrade! Salve, salve!

“Homenagem em Cordel a Carlos Drummond de Andrade “

(por Mariane Bigio)

“Ao grande Drummond de Andrade

O Cordel vem se render

E se curva ao verso livre

que tão bem soube fazer

Com tamanha maestria

Revelando que a poesia

É a arte de viver

Drummond nos fez entender

que a poesia também fala

de tudo que alma sente

de tudo que a mente cala

que a rima não soluciona

quando a vida estaciona

quando a dor no peito entala

E a sua obra exala

determinada incerteza

que pairava numa época

marcada pela tristeza

pela falta da esperança

mesmo assim deixou de herança

imensurável riqueza

Itabira, que beleza!

Cidade tão pequenina

Que foi de Drummond a musa

Onde iniciou a sina

De transformar-se em poeta

Sua paisagem discreta

Em Drummond se descortina

Sua lira se refina

Cá no Rio de Janeiro

Cidade que o acolheu

E adotou este mineiro

Que tornou-se grande artista

Que também foi um cronista

Deste povo brasileiro

Se um anjo, forasteiro

O abordou quando nasceu

Dizendo para ser “Gauche”

Drummond não obedeceu:

foi notável, sem igual

na poesia social

e em tudo que escreveu

Ironia concedeu

Às estrofes e às frases

Já no fim, o erotismo

Trazido em versos vorazes

E a metafísica até

Permitiu mesmo ao “José”

Fazer com a vida as pazes

Com seus escritos tenazes

Foi diluída a verdade

Em meio às entrelinhas

Nos libertando das grades

Com a palavra que cura,

Um viva à Literatura

De Carlos Drummond de Andrade!”


A velhinha, a galinha e o coelhinho – Um conto da Páscoa em Cordel!!!

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Ilustração de Murilo Silva

Ilustração por Murilo Silva

 

 

Numa aldeia bem pequena

Havia uma casinha

Dentro da casa morava

Uma mulher bem velhinha

Que criava com carinho

Um coelho bem fofinho

E também uma galinha

 

A Carijó bonitinha

Vivia embaixo da escada

O Coelho no gramado

De orelha levantada

Avisava pra velhinha:

“Botou ovo, a galinha!”

E vinha ela apressada

 

A cada cacarejada

Era um ovo que botava

A senhora dava milho

À galinha alimentava

Assim viviam contentes

Como se fossem parentes

Já que um do outro cuidava

 

Um novo dia chegava

O Sol brilhante no Céu

E a carijó estridente

Fez o maior escarcéu:

“Botei, Botei!” Disse alto

E o coelho de um salto

Foi cumprir o seu papel

 

Na cabeça um chapéu

E nas mãos uma cestinha

Foi à escada apanhar

O ovinho da galinha

Qual não foi sua surpresa

Disse a velha: “que beleza!

Parabéns, minha filhinha!”

 

Era cheio de pintinhas

O ovo que ela botara

Coisa inacreditável

Na verdade muito rara

Um fato desconhecido

Um ovo assim colorido

De boniteza tão cara!

 

“Será que tem gema e clara?

É um tanto esquisito!

Mas não posso preparar 

Um ovo assim, tão bonito!

Merece outro destino

Nem mesmo o prato mais fino

Muito menos ovo frito!”

 

Com o coração aflito

A senhora refletia

“O que é que vou fazer?”

pensou durante alguns uns dias

sem nenhuma conclusão

“Eu tenho uma solução!”

O coelho sugeria

 

Em poucos dias seria

A Páscoa no calendário

A ideia do coelho

Foi um gesto solidário:

“A gente então presenteia

toda criança da aldeia!

Será extraordinário!”

 

“Mas então é necessário

ter mais de um ovo assim”

Disse a velhinha intrigada

“Ei psiu, olhem pra mim!”

Cacarejou a Galinha

“Porque não fazem pintinhas

em cada ovo, por fim?”

 

Os três fizeram assim:

Quando um ovo posto estava

A velhinha o recolhia

Com tinta e pincel pintava

Os ovos brancos do ninho

E por fim o coelhinho

Porta a porta os entregava

 

Quando o coelho chegava

Era tanta da alegria!

E foi assim, que na Páscoa

Nasceu essa fantasia

Cheia de amor e paz:

De um coelho que nos traz

Ovos cheios de magia!

 

E nos tempos de hoje em dia

Tem cada ovo gostoso!

Uns feitos de chocolate

Tudo bem delicioso!

Mas é mesmo o amor

Que lhe confere o valor

e o deixa mais saboroso!

 

Adaptado do conto Lituano “A Velhinha, A Galinha e os Ovos de Páscoa” de Nijole Jankute;

 

Mariane Bigio, março de 2015


Cordel da Inspiração Cigana

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MATRIZ xilogravura por Murilo Silva Capa por Murilo Silva

 

Hoje, 20 de Março, é o Dia Internacional dos Contadores de Histórias. Este ano a data coincide com o equinócio, um eclipse e a super lua! Haja energia! Para comemorar, lanço aqui um cordel que é muito especial pra mim. Ele foi escrito durante o Festival Nacional dos Contadores de Histórias, em Ponta Grossa- PR, em 2014. Numa madrugada após ouvir palestras e debater sobre o ofício com narradores de diversas partes do país, percebi que minhas angústias são compartilhadas, e claro, minhas muitas alegrias também. Não estou só, não estamos sós! Sou muito grata por ter despertado para as histórias, por poder trabalhar e viver em meio a elas! Esse Cordel é fruto dessa tomada de consciência. Recentemente, com esse texto,  fui contemplada com o segundo lugar no IV Prêmio Solano Trindade de Poesia Afro-brasileira, um concurso performático de textos de autores pernambucanos, promovido pela Prefeitura de Jaboatão do Guararapes – PE.

 

 

Cordel da Inspiração Cigana

(por Mariane Bigio)

 

“Eu estava num deserto

Só que era feito de mar

Água por todos os lados:

Eu não sabia nadar.

Perdida sem nenhum norte

Talvez pelo medo da morte

Comecei a delirar…

 

Avistei longe na praia

Uma miragem, de certo

Algo que jamais se viu

Caminhando ali por perto

Um tilintar de colares

Alfazema pelos ares

No calor do Sol aberto

 

Tomou forma de mulher

De olhos bem amendoados

E as ondas que beijavam

Os seus pés, então molhados

Regressavam com vergonha

Pelos dedos “ingilhados”

 

As curvas do corpo esguio

Sob véus se insinuava

E o vestido esvoaçante

Rente ao corpo se encostava

Graças à leve brisa

Que de maneira precisa

Com os tecidos desenhava

 

Cortando as águas salgadas

A beldade me alcançou

Pensei em pedir-lhe ajuda

Mas algo me enfeitiçou

Encurvou-se, mendicante

E o seu braço estirou

 

Era como uma cigana

Mas mostrou-me a sua mão

E quem julga aqui, se engana

E recorre à ilusão

As linhas de minha palma

os segredos de minh’alma

A ela pouco serviam

Com sua mão estendida

Com a face enternecida

Eis o que meus olhos liam:

 

Num piscar de ligeireza

A moça se transformou

Não mais véus e sim farrapos

O seu corpo definhou

Cabelo descolorido

O semblante deprimido

E a voz rouca murmurou

 

“Os destinos que vislumbro

Tudo aquilo que já li

Cada mão que já toquei

Tudo isso eu perdi

Não existem mais mistérios

Há no mundo um revertério

A descrença mora aqui!

 

Há quem tape seus ouvidos

Há que não estenda à mão

Com braços entrecruzados

As pessoas dizem “não”

Como vou sobreviver?

O que mais posso fazer

Pra manter-me na missão?”

 

Eu de súbito senti

Uma enorme compaixão

Como se aquela velha

Tocasse o meu coração

Seu penar em mim doía

Minha alma revolvia

Procurando solução

 

Foi quando noutro piscar

Eu gritei: eu acredito!

Num instante o seu cabelo

Foi ficando mais bonito

E de novo, outra vez

Eu lhes disse: acredito!

 

Eu não vi explicação

Nas palavras que eu dizia

Como se entoasse um mantra

Eu apenas repetia

A mulher que definhara

Logo rejuvenescia

 

Acredito, acredito!

E uma lágrima caiu

Se foi minha, se foi dela

Não se sabe, não se viu

Como era também salgada

Pela maré foi tragada

E a mulher também sumiu

 

Eu acordei do meu sonho

E ainda estava no mar

Só que não mais à deriva

Recomecei a remar

Não conheço a fundo o rumo

Mas de quando em quando aprumo

Para nunca naufragar

 

Ainda que contra a corrente

Eu precise navegar

Continuarei andarilha

Com histórias pra contar

Feito uma moça cigana

Que nunca se desengana

Se houver quem acreditar!”

 

Ponta Grossa – PR, Maio de 2014.

 


Rio das Capivaras – Cordel e Educação Ambiental

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Cordel feito para o projeto pedagógico do Museu da Cidade do Recife (Forte das Cinco Pontas), em congruência com a exposição “Capibaribe, meu Rio”, que traz belíssimas imagens, vídeos, textos e instalações sobre o Capibaribe. Durante o projeto, alunos das escolas públicas e particulares da região puderam visitar e conhecer o Forte, visitar a exposição e assistir à apresentação do Cordel “Rio das Capivaras”, com Mariane e Milla Bigio (Cordel Animado), além de levar para casa o Cordelzinho com ilustrações para colorir (assinadas por Emerson Pontes). A protagonista da história é a Dona Capiba, uma Capivara habitante do Rio e preocupada com a degradação ambiental.

Rio das Capivarasrio das capivaras rio das capivaras 2 rio das capivaras 3

 

“Com licença minha gente!
Vou contar uma história!
Dessas pra se ter na mente
para guardar na memória
neste cordel que se exibe
falo do Capibaribe
rio tão cheio de Glória

Mereceu dedicatória
na poesia de Bandeira
João Cabral de Melo Neto
Dedicou-lhe história inteira
E quem é de Pernambuco
E tem sangue Mameluco
Lhe tem paixão verdadeira

Um dia andando na beira
Desse rio tão bonito
Avistei em meio ao Mangue
Um bicho meio esquisito
Um enorme roedor
Muito ágil nadador
Que quase não acredito!

E o bicho deu um grito:
“Mas isso não é possível!
Outra vez jogaram lixo!
Oh, mas que fedor terrível!
É pior que meu chulé
Nem posso lavar meu pé
Com essa sujeira horrível”

E pensei, que coisa incrível!
Mas que bicho inteligente!
Como será o seu nome?
Não está muito contente
Será que é um porquinho?
Ou um tipo de ratinho?
olha como usa o dente!

Cheguei toda sorridente
Perguntei: “Quem é você?”
“Eu sou a Dona Capiba!”
Ela veio responder
“Eu sou uma Capivara
Sou espécie quase rara
Tentando sobreviver”

E lhe perguntei: porque?
E ela então me respondeu:
“É só olhar ao redor
Veja o que aconteceu
Com toda essa nojeira
Da minha família inteira
Por aqui só restou eu!”

“O resto se escafedeu
Tem gente no Pantanal
E até lá no zoológico
E eu aqui, no manguezal
Tentando salvar o Rio
Vivendo esse desvario
Me alimentando tão mal!”

“Eu gosto de vegetal
As plantas são meu manjar
Não vê esse meu corpinho?
Nem preciso me esforçar!
Mas com a poluição
Eu fico sem refeição
Desse jeito assim não dá!”

E ouvindo ela falar
Eu prestei mais atenção…
Capibaribe é lindo!
Do Recife o coração!
Entrecortado por pontes
Vem da linha do horizonte
Surgindo na imensidão…

Ele vem lá de Poção
Onde fica a nascente
Desse rio que percorre
Com suas águas correntes
Agreste e Zona da Mata
Com sua beleza exata
Junto aos rios afluentes

Chega ao Litoral contente
Por poder alimentar
Marisqueiras, pescadores
Com seus peixes a nadar
E aqui o Capibaribe
Encontra com o Beberibe
Para se entregar ao mar!

Comecei a relembrar
Essa bonita paisagem
Dos barcos que aqui navegam
Das garças em suas margens
Seu cais abraça a cidade
E este abraço é na verdade
A mais bela das imagens!

“Outros animais selvagens
Aqui constroem abrigos…”
Continuou Dona Capiba
Falando dos seus amigos
“Caranguejo, aqui na lama
Chico Science lhe deu fama!”
Brincava ela comigo!

“Eu sou bicho muito antigo!
Sabe o que significa
O nome Capibaribe?
O nome é uma rubrica
Pra “Rio das Capivaras”
Somos espécie cara
Dessa fauna muito rica!”

Dona Capiba me explica
Que o rio banha também
Muitos cantos do Recife
Que percorre muito além
Levando sua beleza
Através da correnteza
O seu papel cumpre bem!

Conhece como ninguém
A Várzea e a Caxangá
Derby, Madalena e Torre
Ele também vai banhar
Apipucos e Monteiro
Poço da Panela inteiro
Cabe a ele margear

Também vai alimentar
Santana e Casa Forte
Capunga e Afogados
Beijando de Sul a Norte
Os bairros dessa cidade
Forma com muita vaidade
Belas ilhas com seus cortes

Joana Bezerra é suporte
Desse Rio caudaloso
E a Ilha do Retiro
Lhe dá contorno formoso
Abriga os Severinos
As Marias, os meninos
Nosso Rio é generoso!

“E por ser maravilhoso
Temos que dele cuidar
O Rio das Capivaras
Foi feito pra navegar
E não pra jogar dejeto
Impedindo o trajeto
Maltratando este habitat!”

Eu tenho que concordar
Com o que disse firmemente
Dona Capiba pra mim
Nosso dever é somente
Capibaribe amar!
cuidar bem e preservar
Este rio que é da gente!”

Mariane Bigio, Março de 2015.

 

Ficha Técnica:

Texto: Mariane Bigio

Contação de Histórias: Mariane e Milla Bigio (Cordel Animado)

Fantoches e Alegorias: Marcelo Figueiredo

Ilustração da Capa: Desenho de Fournier, no livro Invenção do Brasil (Acervo do Museu)

Ilustração do Miolo: Emerson Pontes

Prefeitura da Cidade do Recife
Secretaria de Cultura
Museu da Cidade do Recife – Forte das Cinco Pontas
museucidaderecife@gmail.com

Associação dos Amigos do Museu da Cidade do Recife – AMUC

Gerência de Educação Patrimonial
educativomcr@gmail.com

 

 

 


Milho Embonecado

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São João tava chegando
Era tempo de colheita
Na roça de seu José
Toda a família se ajeita
A mãe, a vó e o filho…
Todos vão colher o milho
A safra estava perfeita!

Manézinho gritou: – Eita!
Que danado aconteceu?
O milho tá com cabelo
Olha o “tanto” que cresceu!
José pegou a espiga
Reparou com certa intriga:
– Foi a chuva que Deus deu!

Cabeleira apareceu
E o milho embonecou
– Embonecoriquê?
O menino perguntou
– Com essa fibra sapeca
O milho virou boneca!
O pai sorrindo explicou

O Caldeirão esquentou
A espiga foi cozida
Uma oração à mesa
Em gratidão à comida…
O milho se embonecar
É a roça se enfeitar
De maneira agradecida!

Mariane Bigio, Junho de 2015



No Ar: Rádio Matraquinha!!!

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arte matraquinha

Neste sábado estreamos um projeto muito querido e esperado: A Rádio Matraquinha!

“O programa traz literatura, música e informação para crianças de todas as idades. A cordelista Mariane Bigio, do Cordel Animado, a cantora Vanessa Oliveira, d´ A Bandinha, e a jornalista Cláudia Bettini, do site Corujices.com estão a frente do projeto, que tem o incentivo do Funcultura, Governo de Pernambuco.

O projeto prevê a veiculação de 52 programas, sempre aos sábados, das 11h ao meio-dia. As realizadoras do programa já contam com experiência anteriores com o público infantil e se uniram para dar vida a Rádio Matraquinha. Mariane é responsável pela contação de histórias e divide a locução do programa com Cláudia, que traz a famosa agenda do corujices, informando as opções de atividades para crianças no final de semana. Vanessa Oliveira está à frente da escolha do playlist musical, criação da abertura e vinhetas do programa.

Cada sábado será apresentado um tema diferente para a criançada ouvir junto com a família. O primeiro sobre Festas Juninas traz, em cordel, a história “Lampião Lá do Sertão”, de autoria de Mariane Bigio, com sonoplastia e trilha sonora, produzida especialmente para chamar atenção das crianças. A programação também traz músicas, de diversos compositores, e uma entrevista com o cantor, compositor e poeta Bruno Lins, que além da Banda Fim de Feira, participa de dois projetos infantis: Meu Cordel, meu Cordelzinho, e Forró do Miudinho.

foto por Gustavo Bettini

foto por Gustavo Bettini

Entre outros temas na pauta da Matraquinha: brincadeiras, chuva, futebol, rádio, Monteiro Lobato, Ariano Suassuna. O objetivo é sempre enriquecer o imaginário infantil, sem subestimar a compreensão das crianças, e valorizando a linguagem do lúdico para criar a proximidade com os pequenos e a família inteira.

Presente também nas redes sociais, a Rádio Matraquinha, conta com a participação do público infantil como diferencial do programa. Através do facebook e instagram, pais e mães serão convidados a gravar seus filhos e enviarem por email para que os pequenos tenham a oportunidade de ouvir suas vozes no rádio. A ideia é estimular que eles cantem, declamem poesia, poemas, perguntem, expressem o que gostam de ouvir e o que querem falar para o mundo.

Além da transmissão via Rádio Folha, o programa também será retransmitido nas sextas-feiras pela Rádio Comunitária Estação Jovem, de Lagoa dos Gatos – PE (87,9 FM), das 13:30h às 14:30h. Cada um dos três blocos da Rádio Matraquinha também será hospedado, após a veiculação nas rádios, no site corujices.com para ser acessado de qualquer lugar do país.”

Serviço:
Rádio Matraquinha
Sábados, das 11h às 12h
Rádio Folha de PE (96,7 FM)


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A história de Hortência e sua grande amiga uma plantinha suculenta virou um projeto infantil de educação ambiental, num espetáculo que vai percorrer escolas municipais do Recife, e realizar exibições gratuitas, abertas ao público, no Jardim Botânico do Recife e no Econúcleo da Jaqueira.

O projeto conta com incentivo da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife, com produção da Bonsucesso Comunicação e Cultura, e envolve contação de história, oficinas de pintura em aquarela, de plantio de mudas, e a distribuição gratuita do livro Hortência, da editora Coqueiro, de autoria da cordelista Mariane Bigio, com ilustrações de Juliana Barretto.

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Ninguém melhor do que a própria autora, Mariane Bigio, para contar a história da menina tímida que cuida de sua plantinha e tem a companhia dela como a de um bichinho de estimação. Mariane e a irmã musicista, Milla Bigio, formam o Cordel Animado, já conhecido do público infantil do Recife, e estão à frente do projeto que fará quatro apresentações em escolas da rede municipal de ensino do Recife, dias 04 e 11 de dezembro, nos turnos da manhã e da tarde, e duas apresentações gratuitas, abertas ao público, no dia seis de dezembro, no Jardim Botânico do Recife, e no dia 12 no Eco Núcleo da Jaqueira, às 10h, nos dois dias.

O projeto Planta de Estimação se propõe a, através de atividades lúdicas, oportunizar a educação ambiental, utilizando uma linguagem que não subestima a compreensão infantil, trazendo opções com potencial de encantar as crianças, dentro do seu universo cognitivo. A Contação do livro lúdico e pedagógico, Hortência, o estímulo a “intimidade” das crianças com temas relativos a meio ambiente e sustentabilidade, a promoção de Oficinas de Pintura em Aquarela e de Plantio e Cuidado de mudas, são ferramentas para abordar, de forma lúdica e atrativa para as crianças, temas como o uso consciente da água, a importância da reutilização de materiais para reduzir impactos no meio ambiente e o correto manuseio, plantio e cuidado de mudas.

Em todas as atividades, o livro Hortencia será distribuído gratuitamente para as primeiras 100 crianças presentes no evento, e enviado para Bibliotecas públicas e escolas que participam do Programa Municipal de Educação Ambiental. As oficinas têm limite de 25 vagas cada, por isso é necessário inscrição prévia, por meio do telefone: (81)3355.5808

Programação Aberta ao Público:

06/12 – Domingo
10h  Laçamento do Projeto Planta de Estimação no Jardim Botânico do Recife
– Mini trilha guiada para observação das espécies de plantas do local
– Oficina de pintura em aquarela com a ilustradora Juliana Barretto (25 vagas)
– Contação de História: Hortencia, com Cordel Animado
– Distribuição de 100 exemplares do livro Hortencia, de Mariane Bigio, com ilustrações de Juliana Barretto, da editora Coqueiro

12/12 – Sábado
10h  Encerramento do Projeto Planta de Estimação no Eco Núcleo da Jaqueira
– Oficina de Plantio de Mudas com a educadora Daniele Carvalho
– Contação de História: Hortencia, com Cordel Animado
– Distribuição de 100 exemplares do livro Hortencia, de Mariane Bigio, com ilustrações de Juliana Barretto, da editora Coqueiro

Programação nas Escolas:

04/12 – Sexta-feira
8h às 10h – Escola 1
Contação de História: Hortencia, com Cordel Animado
Oficina de Plantio de Mudas com a educadora Daniele Carvalho
Distribuição de 100 exemplares do livro Hortencia, de Mariane Bigio, com ilustrações de Juliana Barretto, da editora Coqueiro.

13h às 15h – Escola 2
Contação de História: Hortencia, com Cordel Animado
Oficina de Plantio de Mudas com a educadora Daniele Carvalho
Distribuição de 100 exemplares do livro Hortencia, de Mariane Bigio, com ilustrações de Juliana Barretto, da editora Coqueiro.

11/12 – Sexta-feira

8h às 10h – Escola 3
Contação de História: Hortencia, com Cordel Animado
Oficina de Plantio de Mudas com a educadora Daniele Carvalho
Distribuição de 100 exemplares do livro Hortencia, de Mariane Bigio, com ilustrações de Juliana Barretto, da editora Coqueiro.

13h às 15h – Escola 4
Contação de História: Hortencia, com Cordel Animado
Oficina de Plantio de Mudas com a educadora Daniele Carvalho
Distribuição de 100 exemplares do livro Hortencia, de Mariane Bigio, com ilustrações de Juliana Barretto, da editora Coqueiro.

Inscrições para as Oficinas: (81) 3355.5808

Sobre a Autora: Mariane Bigio atua na Literatura escrevendo e recitando cordéis desde 2007, e foca, principalmente, no público infantil. Possui vários folhetos de cordel publicados e inéditos, integra o projeto Cordel Animado, no qual se apresenta contando histórias e cordéis junto a sua irmã, a musicista Milla Bigio, apresenta, junto à Jornalista Cláudia Bettini, o programa Rádio Matraquinha, voltado ao público infantil e transmitido pela Rádio Folha de Pernambuco, com incentivo do Funcultura, e assina um canal de vídeos no youtube (Cordel Animado) onde conta seus cordéis infantis acompanhados de trilha sonora e objetos cênicos.


Marcha Soldado – Exército Mosquito Na Mira

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“Marcha Soldado

Todos tem o seu papel

O Aedes Aegypti

Tem que ir pro beleléu

(2x)

 

Esse Mosquito é fogo!

Um monstro profissional

Acode, Acode, Acode

O Combate é Nacional”

(2X)

 

Letra por Mariane Bigio

Licença Creative Commons
O trabalho Marcha Soldado – Exército Mosquito na Mira de Mariane Bigio está licenciado com uma Licença Creative Commons – Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Podem estar disponíveis autorizações adicionais às concedidas no âmbito desta licença emhttps://marianebigio.com/contato/.

Sobre o Projeto “Exército Mosquito na Mira”:

Para atender a necessidade de conversar com as crianças e envolvê-las no processo de combate ao Aedes Aegypti, a Libre Promo desenvolveu a ação Exército Mosquito na Mira que consiste na convocação da garotada para participar da campanha de extermínio do mosquito. Trata-se de uma trupe formada pelo Cordel Animado, recreadores e um mosquito de pelúcia que interage com a trupe.

Parlendas e músicas infantis de domínio público foram transformadas em lições musicais por Mariane Bigio para garantir que o projeto pedagógico seja uma séria brincadeira cultural e divertida.


Sambalelê – Exército Mosquito na Mira

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“Sambalêlê tá com Dengue

Tá com uma febre danada

Foi a vizinha da frente

Que deixou água parada

 

Isso não se faz ô Lelê

Isso não se faz ô Lálá

 

Temos que cuidar ô Lêlê

Água não acumular…

 

Sambalêlê tá com Zika

Tá com a pele manchada

Foi a vizinha da frente

Que deixou água parada

 

Isso não se faz ô Lelê

Isso não se faz ô Lálá

 

Temos que cuidar ô Lêlê

Água não acumular…

 

Agora é Chikungunha

Sambalelê tá inchada

Foi a vizinha da frente

Que deixou água parada

 

Isso não se faz ô Lelê

Isso não se faz ô Lálá

 

Temos que cuidar ô Lêlê

Água não acumular…”

 

Letra por Mariane Bigio 

Licença Creative Commons
O trabalho Samba Lelê – Exército Mosquito na Mirade Mariane Bigio está licenciado com uma LicençaCreative Commons – Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Podem estar disponíveis autorizações adicionais às concedidas no âmbito desta licença emhttps://marianebigio.com/contato/.

Sobre o Projeto “Exército Mosquito na Mira”:

Para atender a necessidade de conversar com as crianças e envolvê-las no processo de combate ao Aedes Aegypti, a Libre Promo desenvolveu a ação Exército Mosquito na Mira que consiste na convocação da garotada para participar da campanha de extermínio do mosquito. Trata-se de uma trupe formada pelo Cordel Animado, recreadores e um mosquito de pelúcia que interage com a trupe.

Parlendas e músicas infantis de domínio público foram transformadas em lições musicais por Mariane Bigio para garantir que o projeto pedagógico seja uma séria brincadeira cultural e divertida.

 


Mosquito vivo – Exército Mosquito na Mira

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“O Mosquito bota os ovos no pneu com água fria

O Mosquito bota os ovos no tonel com água fria

 

Vamos conseguir vencer

Vamos conseguir vencer

 

Com sua, com a sua, com a sua companhia

Com sua, com a sua, com a sua companhia”

Letra por Mariane Bigio 

Licença Creative Commons
O trabalho Mosquito Vivo – Exército Mosquito na Mira de Mariane Bigio está licenciado com uma Licença Creative Commons – Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Podem estar disponíveis autorizações adicionais às concedidas no âmbito desta licença emhttps://marianebigio.com/contato/.

Sobre o Projeto “Exército Mosquito na Mira”:

Para atender a necessidade de conversar com as crianças e envolvê-las no processo de combate ao Aedes Aegypti, a Libre Promo desenvolveu a ação Exército Mosquito na Mira que consiste na convocação da garotada para participar da campanha de extermínio do mosquito. Trata-se de uma trupe formada pelo Cordel Animado, recreadores e um mosquito de pelúcia que interage com a trupe.

Parlendas e músicas infantis de domínio público foram transformadas em lições musicais por Mariane Bigio para garantir que o projeto pedagógico seja uma séria brincadeira cultural e divertida.


Um mosquitinho incomoda muita gente…– Exército Mosquito na Mira

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“Um mosquitinho incomoda muita gente

Se for Aedes incomoda muito mais!

 

Dois mosquitinhos incomodam muita gente

Se são Aedes incomodam, incomodam muito mais!

 

Três mosquitinhos….”

Letra por Mariane Bigio

Licença Creative Commons
O trabalho Um Mosquitinho Incomoda Muita Gente… – Exército Mosquito na Mira de Mariane Bigio está licenciado com uma Licença Creative Commons – Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Podem estar disponíveis autorizações adicionais às concedidas no âmbito desta licença emhttps://marianebigio.com/contato/.

Sobre o Projeto “Exército Mosquito na Mira”:

Para atender a necessidade de conversar com as crianças e envolvê-las no processo de combate ao Aedes Aegypti, a Libre Promo desenvolveu a ação Exército Mosquito na Mira que consiste na convocação da garotada para participar da campanha de extermínio do mosquito. Trata-se de uma trupe formada pelo Cordel Animado, recreadores e um mosquito de pelúcia que interage com a trupe.

Parlendas e músicas infantis de domínio público foram transformadas em lições musicais por Mariane Bigio para garantir que o projeto pedagógico seja uma séria brincadeira cultural e divertida.


Adivinhas em Cordel – Personagens do Folclore Brasileiro!

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(Imagem via Pinterest)

 

Boto Cor-de-Rosa

Sou bicho que vive n’água
mas a noite quando vem
me transforma num humano
tão belo como ninguém
depois de bailar com as moças
volto ao rio e durmo bem…

Curupira

Eu sou  protetor das matas
de todos os animais
não gosto de quem destrói
quem polui eu vou atrás
eu despisto os caçadores
C’os pés virados pra trás..

Saci

Faço muitas travessuras
venho num redemoinho
vou pulando pela mata
fumando meu cachimbinho
pulo sempre se um pé só
e é vermelho o meu gorrinho..


Mula sem cabeça

Eu assusto todo mundo
com meu forte relinchar
apareço quando é noite
bem escura, de luar
tenho corpo de cavalo
e fogo para soltar..


Iara

Já fui bela indiazinha
e hoje vivo a nadar
nas profundezas do rio
sempre gosto de cantar
se for um belo rapaz
poderá se enfeitiçar…

Lobisomem

Me transformo numa fera
nas noites de Lua cheia
se arrepia com meu uivo
quem tiver sangue na veia
sou um caçador feroz
com bocarra grande e feia…

Boitatá

Eu rastejo pela mata
minha pele é de serpente
os meus olhos vão brilhando
como arde o fogo quente
quem me encontrar por aí
ficará cego ou doente…

Cuca

Vou atrás das criancinhas
que são desobedientes
sou uma bruxa do mato
meu disfarce é diferente
eu sou como um jacaré
mas fico em pé como gente…

Mariane Bigio



Vídeo Novo no Youtube!

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A Peleja entre o Sujo e o Mal Lavado

A Peleja é uma Briga!
Quem me lê que não se apresse…
Essa briga é diferente
E nem de tapa carece
É uma luta bem poética
De conteúdo e de estética
Quem vence é porque merece

*
Uma Peleja acontece
Com dois tipos, lado a lado
Pode a briga ser tão feia
De alguém ter um “pé quebrado”
Calma, que esse pé que eu falo
É “pé de verso”, com calo
Feio e desmetrificado

*
O Sujo e o Mal Lavado
Vêm pra exemplificar
Ensinar neste cordel
Que danado é pelejar
E a arma vai ser a rima
Quem será que sai por cima?
Quem será que vai ganhar?

*
SUJO
Vou logo me apresentar
Sei que vou causar ciúme
O meu “cheiro natural”
É cheirinho de perfume
Mas o tal do mal-lavado
Tem um cabelo ensebado
É fedido e não assume!

*
MAL LAVADO
Pelo menos meu costume
É sempre tomar um banho
Só não molho meu cabelo
Pois assim eu não assanho
Pior tu, que nesse mês
Só tomou banho uma vez
E tem um fedor tamanho!

*

SUJO
Pois eu falo e não me acanho
Você tem muito chulé!
E de que adianta o banho
Se você não lava o pé ?
Passo talco todo dia
E não vivo essa agonia
Pois não sou um zé mané!

*

MAL LAVADO
Aqui ninguém bota fé
Nem ouve tuas besteiras
Bem pior que ter Chulé
É ser o Rei da Nojeira!
Pois não há desodorante
Pro fedor horripilante
Dessa tua suvaqueira!

*

SUJO
Eu vi no meio da feira
Uma moça desmaiar
Quando chegou bem pertinho
Foi pensando em te abraçar
Mas sentiu a tua inhaca
E caiu feito uma jaca
Foi difícil segurar!

*

MAL LAVADO
Pois então eu vou contar
E apresento testemunha
Lembra aquela última vez
Que você cortou a unha?
Precisou foi de um serrote!
E o que caia no pote
De pronto se decompunha!

*

SUJO
Mal Lavado é tua alcunha
Faz até planta murchar!
Devido ao bafo horroroso!
De tanto “re-mastigar”
Pedacinhos de comida
Rente ao dente apodrecida
De quem não sabe escovar!

*

Não queria atrapalhar…
Mas no meio desse embate
Chegou logo a mãe do Sujo
E ali viu tal disparate
A mamãe do Mal Lavado
Também veio do outro lado
E não houve o desempate!

*

“Oh, por favor, não me mate!”
Gritou Sujo exagerado
Sua mãe com uma mangueira
E um sabonete embrulhado
“Água não vai te matar!
Venha logo se banhar
Seu menino malcriado!”

*

E também o Mal Lavado
Inconsolável chorava
Sua mãe não fez por menos
Pelo seu filho berrava
Com uma esponja na mão
Pedra-pomes, escovão
E um balde que transbordava!

*

A Peleja ali findava
Quem ganhou eu já não sei
O Sujo tomou seu banho
Pois Mãe é quem faz a Lei
E até mesmo o Mal Lavado
Hoje é bem-apessoado
E do perfume é o Rei

*

Esse Cordel que contei
Foi só para apresentar
O tal gênero da Peleja
Da Poesia Popular
Que é um combate sem ringue
Da Paz que nunca se extingue
Só pra gente gargalhar!

Mariane Bigio, Novembro de 2016

 


Quebra-Nozes em Cordel

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Quebra-Nozes em Cordel - foto: pedacinho de Amor FotografiaQuebra-Nozes em Cordel - foto: pedacinho de Amor Fotografia

Este Clássico conto de Natal é recriado utilizando as rimas do Cordel.
Existe um ballet composto por Tchaikovsky (O quebra-nozes),  de 1892, e uma versão de Alexandre Dumas, O Quebra-Nozes e o Rei dos Camundongos. Com certeza foram fontes de inspiração para a jovem Mariane Bigio compor seu belo cordel, com um enredo cheio de imaginação, sonho e magia!
  • Autor: Mariane Bigio
  • Ilustração: Edusá
  • Valor: R$ 30,00
  • Formato: 21 x 21 cm
  • Número de páginas: 24
  • ISBN: 978-85-7974-245-3

Clique aqui para comprar: Quebra-Nozes em Cordel


Adivinhas em Cordel – Carnaval em Pernambuco!

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Cordel Animado em Clima de Carnaval – por Gustavo Bettini

Adivinhas de Carnaval

Vou fazer uma adivinha
Quem é bom na brincadeira?
Quem conhece o carnaval
Vai acertar de primeira
Seja adulto ou criança
Quem gostar dessa festança
dá resposta bem certeira!

No sábado de Zé Pereira
Nesta cidade encantada
Ele aparece na ponte
A crista bem empinada
Tem bico e bastante pena
Quem é esse, nesta cena?
É o Galo da Madrugada!

 A Calunga levantada
O tambor faz tu-tu-tu
O Cortejo é bem bonito
Danço eu e dança tu!
Tem rei e também rainha
Quem responde essa adivinha?
Falo do… Maracatu!

E tem o Maracatu
Que vem do Canavial
Caboclos vêm chacoalhando
flor na boca contra o mal
Com a gola enfeitada
Pra dançar uma sambada
no Maracatu Rural!

Com adornos sem igual
penachos coloridinhos!
Vêm com as flechas no ar
Vigorosos indiozinhos
Num dança tão bonita
Ao som da flauta que apita
Quem são eles? Caboclinhos!

Ficamos pequenininhos
Junto do enorme dançante
O Homem da Meia-Noite
É o maior representante
Em Olinda desfilando…
De quem eu estou falando?
É do Boneco Gigante!

Um mascarado brincante
Vem causando um buruçu
Ele vem lá de bezerros
Gosta de comer angu
Com a roupa colorida
A peruca divertida
Quem é ele? O Papangu!

Quando o céu está azul
E o calor está ardendo
a gente vê um bichão
e a meninada batendo
e quem não é pirangueiro
se tiver algum dinheiro
A La Ursa está querendo!

A ladeira vem descendo
Sem se importar com o relevo
Segurando a sombrinha
Dançar igual não me atrevo!
Tesoura e até parafuso
Quem dança assim tão confuso?
É o passista de frevo!

 

por Mariane Bigio*

*se for usar esse texto, por favor, cite a fonte e a autoria!

todos os direitos reservados

Novo vídeo do Cordel Animado no Youtube!

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Para festejar o Carnaval Pernambucano, que é super-ultra-mega cultural, fiz esse vídeo pra gente se divertir com Adivinhas em Cordel! Aperta o play!

 

Até o Site Catraquinha fez uma matéria sobre o canal do Cordel Animado no Youtube!
Fiquei super feliz!

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