
Lapa de Urso – Murilo Silva
Eu adoro Carnaval
Uma festa de alegria
De confetes, serpentina
Que a todos nós contagia
Onde a gente se transforma
Quando veste a fantasia!
Na semana da folia
Mamãe me pegou na mão
E me levou para o baile
Uma festa no salão
O local bem enfeitado
Muito brilho pelo chão
De toda a decoração
Eu gostei foi das fitinhas
Que pendiam lá do teto
Cortinas coloridinhas
E as máscaras tão bonitas
Bem que podiam ser minhas!
Com a roupa de bolinhas
Fiz valer o meu ingresso
Minhas asas e as antenas
Brilhavam sem muito excesso
Vestida de Joaninha
No desfile fiz sucesso!
Cruzei com outros insetos
Uma abelha bem faceira
Uma linda borboleta
Pequenina e feiticeira
Ainda um grilo falante
Que pulou a tarde inteira!
Eu estava na fileira
Pra comprar refrigerante
Foi aí que eu avistei
Algo muito interessante
Um tubarão foi cercado
Por uma dupla intrigante
Os dois eram integrantes
Da mesma família, irmãos
Um era um Marinheiro
Ou outro era o Capitão
Os dois brincavam de pega
Com o menino-tubarão
Levei um belo encontrão
De um palhaço atrapalhado
Quantos anos você tem?
Perguntou-me envergonhado
Tenho 7… eu respondi
E correu desembestado!!!
Levei um susto danado
Quando ouvi uma risada
Daquelas assustadoras
Mas fiquei aliviada…
Quando vi uma bruxinha
Que chegava pela entrada
Um príncipe de mão dadas
Mas não era com a princesa
E sim com a sua avó
Que o mimava, com certeza!
Não quis salvar seu ninguém
Fez birra e muita brabeza
Pois num é que vossa alteza
Principezinho emburrado
Só ficou mais sorridente
Quando chegou do seu lado
Um tipo super-herói
Com uniforme encarnado
Um papangu mascarado
Um gato e até um cachorro
Uma boneca de pano
Dançou que rasgou o forro
O clube inteiro dançava
Quando alguém gritou: Socorro!
Não sei se fico ou se corro…
O rebuliço formado
Parecia até mentira
Todo mundo estatelado
Quando se brinca de estátua
Que todos ficam parados!
E quem havia gritado
Não ficou pra explicar
A música estava parada
Todos a se entreolhar
Até que a fada madrinha
Resolveu, foi perguntar
Depois de muito explicar
Um menininho chorava
Com todo mundo ao redor
Somente a sunga ele usava
Soluçando, dava dó
De tão triste que ele estava
Aos prantos ele explicava
“Eu vim de Múmia vestido
Estava todo enfaixado
Fui no desfile aplaudido
Quando a pontinha da faixa
Se enganchou por um descuido..
Eu lá, dançando iludido
Comecei rodopiar
Fui ficando descoberto
A roupa a desenrolar
Quando então eu percebi
E comecei a gritar!
Fiquei tonto de girar
E agora não tem mais graça
Não tem festa, nem comida
Nada que me satisfaça
Já não tenho fantasia
Acabou-se, que desgraça!
Foi aí que uma palhaça
Quis emprestar-lhe o nariz
O menino agradeceu
Mas fez que não, e não quis
Explicou que treinou muito
Só de múmia era feliz
Foi aí que eu pensei “xis”!
Resolvi essa questão
Fui correndo ao sanitário
Peguei rolos de montão
Foi-se o papel higiênico
Do banheiro do salão!
Ele abriu um sorrisão
Começamos a enrolar
Ficou uma múmia perfeita
Prontinha para assustar
Recomeçamos a festa
Com todo mundo a dançar
A festa foi terminar
Mas eu nem vi seu final
Foi lá pras tantas da noite
Umas 10 horas e tal
Fui pra casa cochilando
No caminho fui sonhando
Com a tarde especial
É que adoro Carnaval!
Uma festa de alegria
De confetes, serpentinas
Que a todos nós contagia
Onde a gente se transforma
Quando veste a fantasia!
[por Mariane Bigio]